Com a situação de emergência ambiental decretada e reconhecida pelo governo federal em todo o Estado, nesta segunda-feira (14), será possível intensificar os trabalhos de combate aos incêndios em todos os pontos onde há focos de calor. Segundo o titular da Semagro, Jaime Verruck, a preocupação maior é com o bioma Pantanal que já tem 12% de sua área destruída pelas queimadas.
Verruck destacou que desde março o governo do estado lançou uma projeto de emergência ambiental, para que fosse desenvolvida ação coordenada junto com os Ministérios do Meio Ambiente e Defesa. A situação chegou a ficar sobre controle, porém desde a última semana, o Pantanal de MS tem sofrido uma segunda onda de incêndios, e desta vez ainda mais forte.
As queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul e do Estado vizinho, Mato Grosso, é assunto de importância nacional. No último domingo (13), o Fantástico, programa jornalístico da Rede Globo de televisão, lançou série especial sobre a triste realidade enfrentada no Pantanal. No lançamento da série, a saga da equipe que resgatou o filhote de onça pintada, que tinha as quatro patas com queimaduras de terceiro grau. O Pantanal foi chamado de “cemitério de animais” na reportagem.
Verruck destacou o apoio da ministra Tereza Cristina (Agricultura e Pecuária) na ampliação da força-tarefa criada pelo Governo do Estado em julho, quando o governador decretou emergência ambiental nos municípios pantaneiros de Corumbá e Ladário, e do Exército, que enviou 70 homens para o combate aos incêndios no Parque Estadual das Nascentes do Taquari, em Alcinópolis.
Ontem, a Polícia Federal (PF), deflagrou o operação Matáá, que busca autores das queimadas no Pantanal. Segundo a PF, monitoramente por imagens via satélite, permitiram identificar a localização dos focos de incêndio e a partir dessa informação, equipes seguem o rastro do fogo para apurar a responsabilidade criminal pelo crime ambiental, que já é considerado o maior dos últimos 50 anos no Estado.
A suspeita pela autoria das queimadas cai naturalmente sobre os produtores rurais, que em práticas de cultivo queimam a vegetação para renovar a terra e plantar a próxima colheita, assim como para criar área de pasto para bonivos. Porém, os produtores se defendem, afirmam que os incêndios significam prejuízo. O fogo destrói plantações, matam animais das fazendas e transformam em pó quilômetros de cerca produzidas com alto custo. E por esses motivos, asseguram que não faria sentido arriscarem o lucro da propriedade ateando fogo em vegetações.
Prévia dos resultados da operação, divulgada na tarde de ontem, apresentou apreensão de armas, com munições de uso restrito, em casa de proprietário rural que foi preso em flagrante.
Neste domingo (13), conforme dados de satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foram registrados 1.344 focos de calor, sendo 378 em Corumbá (28%), 373 em Alcinópolis (27,8%) e 130 em Pedro Gomes (9,7%).