Em meio a popularidade dos jogos de cassino, Regis Dudena, Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, reafirma que jogos são entretenimento, e não investimentos. (Foto: Cleia Viana / Câmara dos Deputados)Os jogos rápidos de cassino, como slots e crash games, dispararam em popularidade nos últimos meses e já são sete vezes mais jogados do que os tradicionais jogos de cassino ao vivo, segundo levantamento feito por uma casa de apostas brasileira. E no último mês, o Aviator, conhecido no Brasil como “jogo do aviãozinho”, foi novamente líder na categoria dos crash games.
Enquanto uma rodada comum de roleta pode levar até 30 segundos, dados da KTO, bet autora da pesquisa, confirmam que o jogo do aviãozinho tem partidas que duram cerca de 13 segundos. Isso significa que, em menos de cinco minutos, um jogador pode realizar dezenas de apostas, o que explica o alto volume de rodadas e o engajamento do jogo. O estudo que analisou a performance dessas modalidades em 2024 e no início de 2025 usou métricas como tempo de jogo, taxa de retorno por aposta, multiplicadores e participação média dos jogadores.
O Aviator, inclusive, foi um dos únicos crash games a figurar no top 50 da bet em janeiro de 2025, ao lado do também popular Mines. Ambos destacam-se pela combinação de jogabilidade simples com recursos atrativos como apostas automáticas e retirada instantânea, elementos que aumentam a sensação de controle do usuário sobre suas apostas. Outro fator importante é a facilidade de jogar diretamente pelo celular, sem precisar de um ambiente estruturado.
Mesmo sem oferecer qualquer garantia de retorno, o jogo do aviãozinho continua atraindo uma média diária alta de usuários, com sessões curtas de cerca de 18 minutos por jogador. A mecânica baseada totalmente na sorte não impede que os jogos rápidos liderem o ranking de engajamento em várias casas de apostas. E é justamente essa explosão de popularidade que tem chamado atenção das autoridades.
Além de medidas para garantir a propaganda responsável e evitar a disseminação do jogo em grupos de risco, como jovens e pessoas com ludopatia, o Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), reforçou em entrevista recente à Agência Brasil que os jogos de aposta não devem ser tratados como investimento.
Dudena foi enfático ao destacar que as apostas de quota fixa representam uma atividade de lazer e entretenimento, não uma estratégia financeira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a classificar o crescimento desenfreado das apostas como uma “pandemia” e um fenômeno de “dependência psicológica”. Nesse sentido, o processo de regulação conduzido pela SPA visa não só ordenar o setor, mas também proteger os usuários, especialmente o público mais jovem.
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