Tempos atrás, o Carnaval em Corumbá era sinônimo apenas de bailes e avanços carnavalesco que aconteciam nos clubes da região (Riachuelo, Grêmio, Noroeste, Marítimos, Corumbaense e a Camala em Ladário), onde a sociedade participava, sempre com grande pompa e animação.
A contratação de bandas eram disputadas centavo a centavo, gerando os empregos restritos ao ramo, e só... Carnaval de rua existia, com escolas de sambas e blocos, mas se comportavam, durante o período de Momo, de forma amadora e quase sempre improvisada. Os grupos eram “coordenados” pela extinta União das Entidades Carnavalescas de Corumbá.
Daí vieram os blocos de clubes que reuniam até mil componentes, todos vestidos com camisas e shorts idênticos.
A partir de determinado período, o carnaval brasileiro ganhou fama com a abertura de espaços para música baiana e seus trios elétricos, e na Cidade Branca não foi diferente.
A festa começou a ganhar outra proporção e as festanças nos clubes sociais começaram sua agonia até findarem as suas realizações.
Os blocos independentes, antigos blocos de clube, se transformaram em empresas, atraindo até cinco mil componentes, de maioria jovens, para suas concentrações, em locais privados com farta distribuição de bebidas e apresentações de artistas nacionais.
No inicio deste século, a ação governamental impôs um novo olhar para as entidades carnavalescas (blocos, cordões e escolas de samba), com a implementação de subvenção financeira para revigorar a vida das agremiações. Para controle na aplicação correta dos recursos financeiros recebidos, o poder público passou a exigir prestação de contas e comprovação do recolhimento dos impostos. Com dificuldades para tal prestação de contas, resolveu-se criar, primeiramente a LIESCO – Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá, que teve papel fundamental em dar suporte as, então oito escolas de samba da cidade.
A partir do controle das verbas oficiais, iniciou-se um processo de estruturação da passarela do samba, que passou a oferecer arquibancadas, camarotes, iluminação, banheiros químicos, policiamento ostensivo, etc.
Apersar da evoluação do Carnaval em Corumbá, as agremiações ainda esperam pela efetivação de um grande sonho, a implantação de espaços cobertos (barracões) para promoções e confecções de fantasias, adereços e alegorias. Os barracões, como a Cidade do Samba no Rio de Janeiro, dariam mais qualidade e melhor aplicação dos recursos financeiros e materiais.
Entra Rei Momo, sai Rei Momo, todo ano o assunto é lembrado, mas ainda não há nenhuma perspectiva de tornar o sonho realidade. Enquanto isso, a cada fevereiro, os atores protagonistas do espetáculo permanecem torcendo para São Pedro não resolver “sambar” em dias que antecedem o desfile oficial.
Receba a coluna Entrelinhas no seu Whatsapp. Clique aqui para seguir o Canal do Capital do Pantanal.