A destruição do bioma Pantanal e as perdas irreversíveis na fauna e na flora estão sendo sentidas por todos os brasileiros nas últimas semanas. Órgãos responsáveis investigam se locais tomados pelo fogo são alvo de especulação agropecuária, isto é, vistos como potenciais "oportunidades" para a incorporação de novas áreas de pastagem e de plantações. Quando o meio ambiente dá os sinais de que o modelo de desenvolvimento econômico atual pode ter efeitos catastróficos, é hora de pensar em novos modos de fazer.
Você certamente já ouviu falar que a retomada da nossa economia no pós-pandemia precisa ser verde, ou seja, levar em conta as questões ambientais, como as mudanças climáticas, e investir em negócios que sejam sustentáveis. A mídia tem dado bastante espaço para o tema e os países mais desenvolvidos já anunciaram que é esse o caminho que escolheram para sair da crise. E isso tem a ver com o clima. Um estudo recente, publicado na Revista Nature Climate Change concluiu que uma recuperação verde pode evitar metade do aquecimento global previsto até 2050.
O trabalho, realizado na Universidade de Leeds, no Reino Unido compara cenários e conclui que uma economia não baseada em combustíveis fósseis e com estímulos à redução de emissões de carbono será determinante para garantir o sucesso do desenvolvimento socioeconômico posterior ao coronavírus. Isso promoveria políticas capazes de conseguir evitar os efeitos mais graves das mudanças climáticas, tais como a escassez de água potável, o aumento das chuvas, inundações e do nível do mar, períodos mais longos de estiagem, aumento de casos de incêndios e a diminuição da produção de alimentos.
Investir em sustentabilidade também pode gerar 2 milhões de empregos a mais e acrescentar R﹩ 2,8 bilhões ao nosso PIB, segundo outra pesquisa liderada pelo WRI Brasil e pela aliança global New Climate Economy.
Angela Ruiz
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